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Propõe-se esta aproximação à recepção sobre Miguel Hernández, no Brasil, em busca da dimensão de sua condição humana e poética. A poesia intimista e universal de nosso poeta em estudo, em sua dimensão social, é transformadora? Friedrich, na Estrutura da Lírica Moderna, diz que a poesia moderna quando trata das coisas e dos homens não o faz detalhada ou narrativamente, nem com as reservas da alma. Sua liberdade está fora da realidade das descrições. O romancista e pensador alemão explica que a poesia moderna nos conduz ao âmbito do não familiar, torna-os estranhos, deforma-os. A poesia não quer mais ser medida em base ao que comumente se chama realidade, mesmo se como ponto de partida para sua liberdade absorveu-a com alguns resíduos. Se a poesia moderna é transformadora como defende Friedrich, com que liberdade escrevia Hernández ao ter sempre pertencido ao âmbito da luz e da sombra? Miguel Hernández conseguiu fugir de sua realidade de barro? Apresentamos, pois, o resultado obtido na busca deste raio que não cessa.