Joaquim B. De Souza
A detenção de um garoto negro, em um grupo de dez meninos brancos, levanta questões sobre discriminação e racismo. A suspeita imediata recai sobre ele, mesmo que os agressores fossem de famílias italianas que se orgulhavam de suas raízes. A impunidade prevalece em casos de violência, especialmente quando se oculta a responsabilidade dos culpados. O autor reflete sobre suas experiências de juventude, que foram acompanhadas tanto de momentos felizes quanto de desafios, como o trabalho na lavoura desde cedo, uma necessidade de sobrevivência. As memórias da escola rural, onde conviviam crianças de diferentes perfis e idades, incluem momentos de disciplina severa, que faziam parte da formação da época, incluindo as adversidades e a opressão da Igreja. Nos anos 1960, a igreja muitas vezes se opôs as mudanças sociais, influenciando a moralidade e a dinâmica familiar. O livro retrata a infância de crianças brasileiras, que buscavam aceitação em um contexto de racismo e intolerância, intensificando a luta por identidade e pertencimento.Então, por que entre dez meninos brancos, só o menino negro foi preso? Por que, a primeira vista, a suspeita recaíra sobre o garoto de cor? Qual razão entre os agressores só homens de origem europeia? O que levou à impunidade dos travestidos de homens de bem que assassinaram um garoto de doze anos no campo de futebol? Perscruto as respostas há décadas. O livro é um resgate histórico que se passa nos anos sessenta. O autor mergulha no tempo para trazer para o leitor uma época, embora, não muito distante, não existe mais. As matas foram derrubadas, os rios quase secaram, os cafezais foram erradicados, as pastagens substituídas pela monocultura. Por fim, o êxodo rural, o abandono do campo e o amontoado nas periferias das grandes cidades.Keywords: racismo, intolerância, discriminação, famílias italianas, memórias de infância, escola rural, igreja, êxodo rural, história de época, saga familiar.